INFORMAÇÃO SUMÁRIA DE CASTRO LABOREIRO

Padroeira: Santa Maria/Nossa Senhora da Visitação.

Habitantes: 533 (I.N.E.2011) e 925 eleitores em 05-06-2011.

Sectores laborais: Agricultura e pecuária, pequeno comércio, hotelaria e turismo e serviços.

Tradições festivas: Festa em Honra de Santa Isabel (originalmente chamada de Santa Maria da Visitação) no 1º Domingo de Julho; Festa de S. Bento em Várzea Travessa (Domingo depois de dia 11 de Julho); Nossa Sra. da Vista em Cainheiras (1º Domingo); Nossa Sra. da Oliveira no Ribeiro de Baixo (Segundo sábado de Agosto); Sr. do Bonfim, Ribeiro de Cima (segundo Domingo do mês); Nossa Senhora dos Remédios no Rodeiro (Quarto Domingo do Mês); Monsarrate em Coriscadas (terceiro Domingo); Prémio dos Cães de Castro Laboreiro (15 de Agosto); Sr. de São Brás em Assureira (3º Domingo); S. Miguel o Anjo em Mareco (último Domingo do Mês); Nossa Sra. do Unamão (ou do Anamão, ou do Numão) no 1º Domingo de Septembro; Nossa Sra. da Boa Morte em Ameijoeira  (2º Domingo); Santa Maria da Visitação (2 de Junho), S. Bento (Julho), Senhora da Vista (1.º domingo de Agosto), Senhor do Bonfim (2.º domingo de Agosto), Senhora de Monserrate (3.º domingo de Agosto), Senhor da Oliveira (2.º sábado de Agosto), Senhora dos Remédios ( último domingo de Agosto).

Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Castelo de Castro Laboreiro, igreja matriz e pontes do rio Laboreiro.

Outros Locais: Núcleos castrejos, margens do rio Laboreiro, miradouro da Senhora do Monte e altos da serra da Peneda.

Gastronomia: Presunto curado, enchidos de porco, cozido à portuguesa e anho assado no forno.

Artesanato: Mantas de trapos.

Colectividades: Centro Social e Cultural de Castro Laboreiro.

 

ASPECTOS GEOGRÁFICOS DE CASTRO LABOREIRO

A freguesia de Castro Laboreiro, localizada no planalto com o mesmo nome, em plena serra, numa extensa área dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês, dista vinte e cinco quilómetros da sede do concelho.
Confronta com terras da Galiza, a norte e nascente, Gavieira (Arcos de Valdevez), a sul e poente e Lamas de Mouro, a poente.

RESENHA HISTÓRICA DE CASTRO LABOREIRO

O seu nome vem de duas palavras: Castrum, Castro — povoação fortificada pelo povo castrejo, de raça celta, que, depois do seu nomadismo durante milhares de anos nos planaltos, vivendo da caça e da pesca, e depois do pastoreio, se fixou nos outeiros para ali viver em comunidade e se defender das tribos invasoras, desde quinhentos anos antes de Cristo até ao século VI da era cristã: Laboreiro — do latim “lepus, leporis, leporem, leporarium, lepporeiro, leboreio”.
O Pe. Aníbal Rodrigues, num estudo sobre os dólmenes de Castro Laboreiro, a que não faltam apontamentos poéticos, descreve Castro Laboreiro assim: “Constitui uma região de extraordinária beleza, onde os seus vales amenos, os planaltos extensos e a serra agreste se harmonizam maravilhosamente, dando à paisagem cambiantes de rara grandeza. Banhada pelas águas cristalinas do rio Laboreiro e embalada pelas maviosas canções da sua rápida corrente, é uma região bela, cheia de microclimas, desde a terra fria que produz apenas batata, centeio e pastagens, até à parte quente e ribeirinha, em que se cultiva toda a espécie de cereais, fruta e vinhos.”
Tem mais de 40 lugares, distribuídos pelas brandas e pelas inverneiras — que são os lugares mais altos ou os mais baixos, onde o povo se resguarda do frio intenso dos agrestes invernos ou do calor trazido pelos estios desabridos.
As brandas, nos lugares mais altos, são mais agradáveis e produtivas na época do calor, servindo aos animais também melhores oportunidades de alimentação — é assim uma espécie de casa comum de veraneio da população e gados da freguesia e de visitantes vindos de fora. Aqui os principais lugares são: Vila, Várzea Travessa, Picotim, Vido, Portelinha, Coriscadas, Falagueiras, Queima-delo, Outeiro, Adofreire, Antões, Rodeiro, Portela, Formarigo, Teso, Campelo, Curral do Gonçalo, Eiras, Padresouro, Seara e Portos.
As inverneiras, nas zonas mais baixas, servem de refúgio ao frio e estão localizadas nos vales da freguesia. Os seus lugares: Bico, Cailheira, Curveira, Bago de Cima e Bago de Baixo, Ameijoeira, Laceiras, Ramisqueira, João Alvo, Barreiro, Acuceira, Podre, Alagoa, Dorna, Entalada, Pontes, Mareco, Ribeiro de Cima e Ribeiro de Baixo.
É um ciclo que se repete há milhares de anos neste planalto elevado a uns mil metros acima do nível do mar. Daqui se estabelece um longa linha de horizontes com a vizinha Espanha (para onde se poderá seguir pela estrada da Ameijoeira).
O rio Laboreiro ajuda também à composição de todo um conjunto de extraordinária beleza, serpenteando serra abaixo, até se juntar ao rio Lima. Ligando as suas margens, permanecem as pontes que as várias civilizações que por aqui passaram foram construindo ao longo dos tempos. São, segundo o citado trabalho do Pe. Aníbal Rodrigues, “pontes romanas e românicas, da época da ocupação romana: a da Cava da Velha (monumento nacional); e românicas, do século XII, como a de Dorna, da Assoreira ou da Capela, de Varziela, das Cainheiras, da Vila, do Rodeiro, das Veigas e dos Portos (estilo celta).”
De facto, a ocupação humana de Castro Laboreiro é comprovável até ao longo passado de quatro ou cinco mil anos. Nesta região desenvolveram-se sucessivamente duas grande culturas que atingiram um grau elevado de civilização: a cultura dolménica e a cultura castreja. Aqui pode encontrar-se, ainda hoje, mais de um centena de antas ou dólmenes (será talvez a maior concentração peninsular de dólmenes pré-históricos); alguns menires; a Cremadoura, a poente da Vila, onde se incineravam os cadáveres para serem recolhidas as cinzas em vasilhames de barro (no Mesolítico); doze castros, de há dois mil e quinhentos anos; pinturas e gravuras rupestres.
O Castelo de Castro Laboreiro, diz o povo ter sido obra dos mouros. Pinho Leal, no seu “Portugal Antigo e Moderno”, afirma mais certo ser atribuível aos romanos. O Pe. Aníbal Rodrigues coloca-o, porém, no ano de 955, fundado por S. Rosendo, governador do Val del Limia, desde Maio desse ano, por nomeação de D. Ordonho III, rei de Leão. D. Afonso Henriques rodeou-o de muralhas e, nos princípios do século XIV, quando caiu um raio no paiol de pólvora, que fez todo o polígono ir pelos ares, D. Dinis ordenou a sua reedificação.
Castro Laboreiro foi vila e sede de concelho desde 1271 até 1855. Teve tribunal, paços do concelho e cadeia, bem como alcaide e governador do castelo. Recebeu foral, em Lisboa, a 20 de Novembro de 1513, conferindo-lhe o nome de Castro Laboreiro. Tinha foral velho, dado por D. Afonso III, em Lisboa, a 15 de Janeiro de 1271, que a elevava a vila, dando-lhe simplesmente o nome de Laboreiro. Um dos seus privilégios, concedido por vários reis e confirmado por D. João V, era o de não se recrutarem aqui soldados.
Esclarece, no entanto, o Pe. Aníbal Rodrigues: “Pertença do condado de Barcelos até 1834, comenda da Ordem e Cristo desde 1319, Castro Laboreiro ocupou um papel de grande relevo, quer na independência da Pátria quer na Guerra da Restauração, desde 1640 a 1707. Defendida pelo seu inexpugnável castelo, manteve-se sempre fiel ao ideário pátrio, sem nunca se vender ao estrangeiro. Desde 1136, data em que D. Afonso Henriques visitou Castro Laboreiro, até ao presente, o povo castrejo conservou-se sempre coerente consigo mesmo e de um portuguesismo a toda a prova.”
Era da casa de Bragança, que apresentava o reitor (que tinha de rendimento anual seiscentos mil réis, e o seu coadjutor vinte alqueires de centeio e dez mil réis, tudo pago pela comenda). A igreja foi primitivamente vigairaria da matriz de Ponte de Lima, depois abadia do bispo de Tui, que D. João Fernandes de Sotto Maior trocou, em 1308, com o rei D. Dinis.
No campo da monumentalidade construída, merecem finalmente destaque o pelourinho, de 1560, que é monumento nacional, e a igreja matriz, imóvel de interesse público, que foi construída primitivamente no século XII, em estilo românico. O coro, a torre e a capela-mor datam de 1775 e ostentam o estilo joanino ou de D. Maria Pia. Possui uma magnífica pia baptismal, do século XII, e preciosas imagens, que abrangem um largo período que vem desde o século XIV até ao século XVII.
Tratando-se de uma raça pura, dócil e altiva, os mundialmente famosos cães de Castro Laboreiro são, desde o século VIII, motivo de orgulho do seu povo. É uma raça mastim de grande porte, nativa desta região montanhosa.



INFORMAÇÃO SUMÁRIA DE LAMAS DE MOURO

Padroeiro: S. João Baptista.

Habitantes: 117 habitantes (I.N.E.2011) e 217 eleitores em 05-06-2011.

Sectores laborais: Agricultura e pecuária e pequeno comércio.

Feiras: Feira da Romaria (1 a 8 de Setembro).

Tradições festivas: S. João (24 de Junho).

Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja paroquial, Ponte Romana de Porto Ribeiro e relógio de sol, Parque Nacional da Peneda-Gerês, parque de campismo, margens e piscina natural do rio Mouro e altos da serra da Peneda.

Gastronomia: Presunto curado, enchidos de porco e caldeirada de borrego.

ASPECTOS GEOGRÁFICOS DE LAMAS DE MOURO

Lamas de Mouro, em plena montanha, ocupa uma área de cerca de 1731 ha, dista cerca de dezoito quilómetros da sede do concelho. Confronta com S. Paio, Roussas e Fiães, a norte, Padrenta (Galiza, Espanha) e Castro Laboreiro, a nascente, Gavieira (Arcos de Valdevez), a sul, e Cubalhão e Parada do Monte, a poente.

É composta pelos seguintes lugares prin­cipais: Lugar de Cima, Touça, Igreja, Alcobaça, Gavião e Porto Ribeiro.

De acordo com o Pe. Aníbal Rodrigues, toma o nome da qualidade do seu solo — lamas, pastagens de gado cheias de água — e do rio Mouro, que nasce no seu território.

RESENHA HISTÓRICA DE LAMAS DE MOURO

Foi terra com povoamento muito remoto, possuindo alguns vestígios da cultura dolménica e castreja (de origem céltica).

A antiga freguesia de S. João Baptista de Lamas de Mouro era abadia da apresentação do ordinário, no antigo termo ou julgado de Valadares.

Em 1839 aparece inscrita na comarca de Monção. No ano de 1878 consta já na de Melgaço.

A igreja paroquial é de um antigo mosteiro de templários que aqui houve. Após a supressão desta ordem, em 1344, o cenóbio reverteu à Coroa, que o deu à Ordem de Malta, em 1349.

A população de Lamas de Mouro pagava aos cavaleiros muitos foros, mas tinha os grandes privilégios próprios dos caseiros de Malta. Era na realidade uma povoação estratégica na segunda linha da fronteira, defendida lá no alto pelo Castelo de Castro Laboreiro. Daí até a memória toponímica de Lamas de Mouro.

Depois passou a ser abadia do Papa e ordinário. O Papa e o arcebispo de Braga apresentavam alternativamente o abade, que tinha setenta mil réis de renda anual.

O templo actual, de características românicas (tanto nas portas, especialmente a lateral de norte, como nas próprias paredes, cujas pedras estão pejadas de siglas), foi restaurado há pouco tempo.

A capela-mor, a sacristia e a torre sineira são do século XIII. Possui algumas interessantes imagens, do século XV ao século XVII.

Nesta freguesia teve lugar, no ano de 812, no sítio chamado Vale de Mouro, junto ao rio Ornese, uma grande batalha em que pelejou o bravo Bernardo del Carpio (parente e vassalo de D. Afonso Henriques) contra Ali-Aton, rei de Córdova, que caiu derrotado. Escreveram alguns, por certo crendeiros, que os mouros perderam então 70 000 homens!
Observando-se Lamas de Mouro no início deste 3º milénio pode-se dizer que há distribuição de água a todas as residências e que outras necessidades básicas estão asseguradas face, também, à proximidade com a vila de Castro Laboreiro, freguesia sua vizinha, que supre as possíveis emergências dos habitantes de Lamas de Mouro. Uma das carências que poderão um dia, que se espera não esteja distante, vir a serem colmatadas é a falta de saneamento básico. Relativamente à cultura, lazer e desporto e começando pelo último, Lamas de Mouro tem uma piscina natural magnífica no Parque da Peneda Gerês. Funciona na freguesia uma pequena biblioteca, um pequeno e muito agradável Museu e uma sala polivalente para espectáculos e outros programas culturais. Não é certamente no aspecto da cultura e lazer que a população mais se queixa. Para os visitantes há casas muito bem apetrechadas para o turismo em espaço rural e de habitação. Há também toda uma gama de passeios, caminhadas e trilhos para o contacto com a natureza e que vão até ao Santuário da Peneda. Alguns destes trilhos recomendados, partem da ponte romana de Porto Ribeiro onde ainda se pode visitar um moinho recuperado, ou se pode seguir a calçada até junto a um relógio de sol do século passado e seguir até onde estão os canastros, observando as alminhas dos caminhos, os fornos comunitários, as colmeias características, o santinho de Alcobaça, mais outras duas alminhas no Carvalho e Vale Donaia, etc., etc.

A Igreja Paroquial como se já referiu foi antigo Mosteiro dos Templários, e merece ser visitada, actualmente, ainda mantém as características românicas nas portas, especialmente a lateral norte e nas paredes repletas de siglas de pedreiros. Outras das visitas imperdíveis são as margens paradisíacas do rio Mouro com os seus estratégicos moinhos onde durante séculos se preparava o pão, e os fornos comunitários, As vistas panorâmicas que se observam de muitos locais da freguesia são de jamais se poderem esquecer. Nesse aspecto é de salientar que, em alguns dias de inverno, fazem-se romarias de pessoas a aproveitarem o facto de nesta região se poder admirar a neve que, transforma em mantos alvos de esplendorosa beleza as paisagens envolventes.

Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Freguesias – Autarcas do Séc. XXI, Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo.

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